terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Paixões diagonais


Todos chegamos ao Mundo dotados de muitas formas de expressão. A capacidade de  palavra, de fazer música, os gestos, imagens geradas de forma voluntária e involuntariamente...

De facto, um aspecto que nos distingue como seres humanos dos outros animais é, entre outras coisas, a capacidade de expressão elaborada com a nossa sensibilidade.

Quando um músico, um pintor, expressa qualquer coisa, na minha opinião, o que está a fazer é "codificar" aquilo que ele quer explicar.

Uma maneira de trabalhar o som, de aprofundar a minha própria maneira de sentir e expressar o que me suscita o fado, é através da voz, mas ao pensar sobre diversas formas de expressão achei interessante de me expressar e trabalhar a música não só nos ensaios (sozinha ou com o grupo) mas também através do desenho. Explorar assim novas maneiras de "dizer" e expressar a mensagem (sinestesia).

Além disso, é importante destacar também os efeitos "terapêuticos" pelo facto de expressar aquilo que somos e sentimos:  pintando, cantando ... são formas de expressão para todos/as. Todos/as nós temos sensibilidade, todos/as podemos encontrar maneiras de nos expressar .. ao contrário do que muitas vezes temos ouvido, não só podem  pintar ou cantar ou dançar aqueles que tecnicamente o fazem “bem”. Todos/as podemos. Apenas para ... reinventar, re-existir, re-criar-nos ... Encorajo-vos a que experimentem.

Quero compartilhar algumas imagens desenvolvidas a partir do trabalho realizado com um novo tema do meu repertório actual; Paixões Diagonais.

O primeiro desenho é o impacto do som, a visão da própria forma de executar. O segundo, é criado a partir do primeiro de uma forma inesperada e expontaneamente. Gerados a partir de criação da minha própria maneira de entender e, portanto, de expressar a música:

A música é acompanhada de voz e piano. Os arranjos são da pianista Maria João Pires e Pancho Marrodán executa e redefine para executar à sua própria maneira. Em breve no meu blog vou mostrar a canção. Poderão visitar:

http://carolinablavia.blogspot.com/p/videos.html

Em anexo as fotos com um breve comentário sobre o desenvolvimento:

Paixões diagonais 1

Momentos de  explosão, expressivos ao mesmo tempo contidos. Resultando uma explosão, contínua mais doce, fluindo.
A expressividade deixa-se ir...  está contida e lançada como o mar referenciado em algum momento da música.
Explosão de expressividade e sensibilidade que contrasta com o ritmo e o texto se calhar mais estereotipado do fado típico (sempre a destacar os aspectos emocionais. O desamor neste caso).
Capacidade de acesso a capas mais profundas mais calmas e tranquilas. Movimento expansivo contínuo.
Auto-expressão e  abertura. Criação de um fundo para conter o que está acontecendo, o que diz.
Paisagem cada vez mais aberta, mais criativo. Aprofundar ainda mais para escapar do estereotipado.


Paixões diagonais 2

Construção de nova existência.
Reinventar a partir da espontaneidade. Superar as velhas formas e aplicação de novas aprendizagens.
Capacidade de criação figurativa livre. Desde nada ao desenho. Evitando "o que se espera". À procura de descobrir novas formas espontâneamente.
Encontrar uma forma de expressar a realidade. Uma visão da sensibilidade.
Um todo em construção contínua, pacífica e livre.
Precisa duma estructura para fornecer o que contei.
Ao adicionar a estrutura, podem observar-se os elementos primários que dão lugar as formas mais explícitas.
Figuras que vão tornando-se menos geométrica, mais originais e exclusivas.
Estrutura subjacente que suporta a criação.

Se você estiver interessado em obter mais informações sobre processamento inter-modal, a sinestesia, arte-terapia e a possivel relação com o fado, não deixe de visitar:


Espero que gostem ...

Carolina


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